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A Arte de Encarar o Fim

Como vivenciar perdas significativas podem nos destruir ou nos fortalecer…


Nascemos e ainda na infância, de alguma forma, aprendemos que um dia a vida acaba. Um fato que será vivenciado, em algum momento, por todos nós. E mesmo sabendo disso, tememos demais esse dia.

Porque temer a morte se já sabemos de antemão que é inevitável? Será por ser uma data desconhecida, que nos encontra sem aviso-prévio? Será apego à matéria, à família, aos sonhos não realizados? Será medo do que encontraremos do "outro lado do véu"?

O fato é que a morte é a mais imprevisível, incontrolável e irreversível experiência humana. Essa que queremos adiar o quanto for possível. Mas nem sempre é assim. Conheci pessoas incríveis, entre ela minha avó de coração, que se foi aos 101 anos, pedindo que Deus a levasse. E sabia fazer isso com o tom que caracterizava o seu humor nordestino: "ô meu Deus, eu já fiz tudinho que tinha pra fazer aqui…, eu tô querendo descansar…, me leva logo!!!"

Eu sei. São poucos os que conseguem chegar a esse momento nessas condições. Mas não importa as condições da despedida a morte sempre dói mais em quem fica….

Como encarar a despedida?

O processo do luto envolve 5 estágios que, resumidamente, são: 1. a NEGAÇÃO do fato | 2. a RAIVA sobre o fato | 3. a tentativa de NEGOCIAÇÃO quanto ao fato | 4. a DEPRESSÃO pelo fato | 5. finalmente a ACEITAÇÃO da irreversibilidade do fato.

A irreversibilidade do fato nos faz experimentar nossa maior impotência. Diante dessa impotência tendemos a negar o fato e a nos revoltar com ele.

Há quem tente negociar com Deus, antes de se entregar à tristeza e se render à aceitação.

O fato é que a morte nos convida a olhar de frente e a encarar nossa humanidade: uma existência que tem um começo, um meio e um fim, pelo menos enquanto expressão física no tempo-espaço. Aqui somos um ser histórico e relacional, com uma interação significativa que tem impacto sobre outras vidas e outros seres com quem compartilhamos o planeta.

Nesse impacto está a dor da saudade, da falta…., e a maior delas: a dor de reconhecer nossa condição impotente sobre a matéria da vida que nos escapa. Podemos cair aqui, no buraco negro da tristeza, pra nunca mais levantar. Ou… podemos escolher investigar quem somos de verdade, pra saber o que morre e o que permanece vivo depois que nos formos!

O que parece ser um fim, poder ser apenas o início de uma nova etapa na jornada de cada um …

Talvez a ideia de morrer nos apavore tanto justamente porque desconhecemos (ou esquecemos) da substância da qual somos feitos. Se investigarmos fundo essa matéria veremos que em essência, não nascemos e nem morremos. Nossa existência sempre foi e permanecerá sendo feita da mesma energia que podemos conhecer aqui e agora, em vida. Somos parte da ETERNIDADE!!

É preciso viver a vida para não temer a morte.

Temos adiado essa tarefa, um pouco todos os dias. Não é necessário morrer para descobrir nossa essencialidade. Podemos vivê-la aqui, mas só será reconhecida com os olhos da consciência...

Esse é um bom momento para abri-los.



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